02/12/11

Piratas ‘apagam’ Parlamento da net

O grupo LulzSec Portugal, piratas informáticos que desde 15 de Outubro já atacaram, entre outros, os sites do Ministério da Administração Interna e das Finanças, de forças e serviços de segurança como a PSP e o SIS, além dos partidos políticos PSD, CDS, PS, provocaram ontem, às 20h00, um apagão de mais de vinte minutos no portal oficial da Assembleia da República.



Os hackers, que decidiram invadir sistemas informáticos estatais como forma de contestação ao Governo, já estão a ser investigados pela Polícia Judiciária de Lisboa, apurou o CM.
Os inquéritos estão a correr na Secção de Investigação a Crimes Informáticos e Tecnológicos – e têm por objectivo caçar os piratas, que se intitulam portugueses mas contam com o apoio de hackers estrangeiros. O objectivo é dirigir os ataques a partir de servidores fora do País, de forma a dificultar o trabalho da PJ na sua localização.
O caso considerado mais grave até ao momento, ao não ter passado pelo simples bloqueio de sites, diz respeito ao roubo de dados sobre a identificação de 107 agentes da PSP, colocados em três esquadras da 2ª divisão, em Chelas. Os piratas entraram nos servidores do Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP e, a partir daí, expuseram anteontem as identidades, patentes, números de telefone e endereços electrónicos dos polícias através da rede social Twitter.
Os investigadores da PJ, nos inquéritos que estão sob direcção da 9ª secção do DIAP de Lisboa, temem que já tenha sido violada informação privilegiada noutros organismos do Estado – que podem não ter acautelado de forma prévia os seus sistemas de segurança informática. Está ainda por apurar a dimensão dos prejuízos causados, por exemplo, no Ministério da Administração Interna.
"FRAGILIZA CONTACTOS PESSOAIS"
Para Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, o ‘roubo’ de dados de 107 agentes da PSP de Chelas "é um caso preocupante que mostra como é preciso ter mais cuidado com as redes sociais". Ainda assim, o responsável desvaloriza a relevância dos dados revelados: "Não põem em risco os visados, mas provoca uma situação de desconforto e a fragilização dos contactos pessoais". O sindicato a que preside retirou o seu site da net.
"BATERAM COM A CABEÇA DE UM POLÍCIA CONTRA A PAREDE"
O diretor nacional da PSP defendeu ontem que a violação e divulgação de dados pessoais de polícias é "grave", mas que o papel da PSP passará apenas por colaborar com a PJ, responsável pela investigação ao caso. Em relação aos incidentes junto à Assembleia da República, dia 24, Guedes da Silva lamentou o facto de ninguém se ter preocupado com o agente agredido. "Perguntaram o que aconteceu ao alemão, mas ninguém perguntou como está o polícia. Desmaiou depois de lhe baterem com a cabeça contra uma parede. Está em casa, de baixa", disse. 

Fonte : Publico

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